NBR 5738 – Concreto – Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova

Atualizada em 2015, esta norma aborda procedimentos referentes a corpos de prova de formato cilíndricos e prismáticos. Ela não se aplica a concretos com abatimento igual a zero ou misturas relativamente secas, como as preparadas para produção de blocos e tubos, para preparação e concreto para barragens e concretos compactados com rolo.

Dimensões molde corpos de prova

Um dos primeiros parâmetros que constam nesta norma são as dimensões que devem possuir os moldes dos corpos de prova. No caso dos moldes cilíndricos, por exemplo, o diâmetro deve ser de 10,15, 20, 25, 30 ou 45cm, com 1% de tolerância para o diâmetro e 2% da altura, que deve ser o dobro do diâmetro. Além disso, os planos das bordas circulares extremas devem ser perpendiculares ao eixo longitudinal do molde. A base deve ser rígida e plana, com tolerância de 0,05mm na sua planeza.

Ainda com relação às dimensões, a norma estabelece realização periódica de controle geométrico. Estas verificações devem possuir exatidão de 0,1mm, já para as condições de perpendicularidade e planeza das laterais e base deve possui exatidão 0,5mm. A norma estabelece ainda padrões para haste de adensamento, vibradores, amostragem, abatimento, critérios para moldagem (como preparar e fazer os moldes, adensamentos dos corpos de prova) e cura dos moldes.

Procedimentos de moldagem

A NBR 5738 estipula algumas diretrizes para realização da moldagem. Com relação ao tamanho, a dimensão básica dos corpos de prova deve ser pelo menos o triplo da máxima dimensão nominal do agregado graúdo do concreto. A superfície do molde deve ser rígida e horizontal e tanto a base como molde devem receber algum lubrificante para não reagir com o concreto.

Antes da moldagem, deve ser feita uma remistura da amostra para assegurar sua uniformidade. O concreto deve ser colocado no molde em determinado número de camadas. Este número (bem como a quantidade de golpes) depende do tipo e tamanho dos corpos de prova e se o adensamento será manual ou mecânico.

Ainda sobre colocação do concreto, deve-se deslocar a concha ao redor da borda do molde, nivelando o concreto imediatamente com a haste antes de iniciar o processo de adensamento. Esta etapa pode ser realizada tanto mecanicamente como manualmente. A escolha do método a ser empregado depende da classe e abatimento.

Adensamento

Conforme visto acima, o adensamento pode ser realizado tanto mecanicamente como manualmente, sendo que esta escolha do método a ser empregado depende da classe e abatimento.

Ao utilizar o adensamento manual, este deve ser realizado camada por camada, garantindo que o concreto seja compactado de maneira uniforme. É importante que todas as camadas sejam adensadas em toda sua espessura, tomando o cuidado para não se tocar na base do molde quando for feito adensamento da primeira camada. Outra precaução diz respeito à última camada, que deve ser preenchida em excesso, de forma que todo volume do molde seja preenchido após o adensamento. Com o rasamento, o excesso de material pode ser descartado.

Já no adensamento mecânico, é importante que a vibração seja finalizada somente quando a superfície do concreto apresentar um aspecto relativamente liso e praticamente sem bolhas de ar na superfície. Ao adensar a camada de baixo, não se deve permitir que o vibrado toque tanto na base quanto nas laterais do molde. O vibrador sempre deve ser removido quando ainda estiver em funcionamento.

Cura

Após a moldagem, os moldes devem ser colocados sobre uma superfície horizontal rígida, que seja livre de vibrações e qualquer outra ação que possa afetar o concreto. Os corpos de prova devem ser alocados em locais protegidos de intempéries, cobertos por materiais não reativos e não absorventes por pelo menos 24 horas no caso de corpos cilíndricos, que é período de cura inicial. Após esta etapa, os corpos devem ser desmoldados e identificados.

Para os corpos com objetivo de verificar as condições de proteção e cura do concreto, eles devem permanecer no mesmo local e expostos às mesmas condições que as estruturas. Para ensaios aos 28 dias, os corpos de prova devem permanecer na condição mencionada acima por pelo menos 21 dias, para então ser enviados ao local onde será realizado o ensaio. Uma vez no laboratório, os corpos deverão ser armazenados em câmera úmida até o momento do ensaio.

Em suma, a NBR 5738 estabelece um conjunto rigoroso de procedimentos para a moldagem e cura de corpos de prova de concreto, garantindo a padronização e a confiabilidade dos ensaios laboratoriais. Ao definir dimensões específicas para os moldes, técnicas apropriadas de adensamento (manual ou mecânico) e critérios precisos para a cura, a norma assegura que os corpos de prova representem fielmente as características do concreto em estudo. O cumprimento dessas diretrizes é essencial para garantir resultados consistentes, permitindo a adequada avaliação do desempenho e da qualidade do concreto utilizado em obras civis.

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Kiko Salau

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